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terça-feira, 6 de abril de 2010

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EJA - "QUEM EDUCA O EDUCADOR?"

Ana Maria Soek

A pergunta “Quem educa o educador?” parece ter uma resposta óbvia: “Outro educador”. No entanto, essa questão leva a outra: “Quem educa esse educador que agora está educando o outro?”

Segundo Pinto (2003), o profissional de ensino deve compreender que a fonte de sua aprendizagem, de sua formação é sempre a sociedade, pois é desta que ele recebe os conhecimentos e é para esta que ele, mesmo que indiretamente, devolverá esses conhecimentos em forma de ensino.

Para esse autor, a formação do educador está condicionada aos diferentes contextos sociais, contudo, esse profissional nem sempre tem noção crítica de seu papel na sociedade, como força atuante no desenvolvimento econômico, político e cultural.

Assim, a formação do educador deveria priorizar a sua função social e a sua indispensável vinculação na formação dos sujeitos sociais no contexto em que se apresentam. Mas o que se percebe é que, na maioria dos cursos de formação de professo­res, a teoria e a prática docente parecem cada vez mais se distanciar da realidade ao se trabalhar com o imaginário de um aluno ideal.

Na EJA, o descompasso entre o ideal e o real é maior ainda, visto que muitos cursos de formação de professores sequer oferecem disciplinas voltadas a essa modalidade educativa, apesar de as Diretrizes Curriculares para EJA ressaltarem a necessidade de adequação à modalidade:

E esta ade­quação tem como fina­lidade, dado o acesso à EJA, a permanência na escola via ensino com conteúdos trabalhados de modo diferenciado com métodos e tem­pos intencionados ao perfil deste estudante. Também o tratamento didático dos conteú­dos e das práticas não pode se ausentar nem da especificidade da EJA e nem do caráter multidisciplinar e interdisciplinar dos componentes curriculares (BRASIL, 2000a, p. 58).

A questão, pois, é analisar: qual seria a formação necessária para dar conta da realidade dos alunos da EJA que chegam cansados, a ponto de dormir durante qua­se toda a aula? Como atender às diferenças de interesse quando se tem na mesma sala de aula adolescen­tes, adultos e idosos? Como administrar, no pro­cesso ensino-aprendizagem, as constantes ausências, em sua maioria justificadas por questões de trabalho, família e doença? Por outro lado, como o professor deve proce­der para reconhecer e validar os conheci­mentos prévios que os alunos da EJA já trazem? Como traba­lhar de forma interdisciplinar se as discipli­nas continuam sendo organizadas de forma isolada e com tempo mínimo para as áreas de conhecimento?

Sabemos que na formação de professores, em geral, priorizam-se os conteúdos da área de formação, algu­mas ferramentas pedagógicas e metodológicas. Para os professores que atuam na EJA, além desses itens resta o desafio relativo à complexidade diferen­cial dessa modalidade de ensino e a difícil tarefa de se pensar sobre a realidade concreta da escola e dos sujeitos com que se vai trabalhar.

Referências

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câ­mara de Educação Básica. Parecer n.º 11, de 10 de maio de 2000. Diretri­zes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

Disponível em: Acesso em: 2 fev. 2010.

MACHADO, Maria Margarida. A prática e a formação de professores na EJA. In: 32.ª REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 2000, Caxambu (MG). Disponível em: Acesso em: 2 fev. 2008.

PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre Educação de Adultos. 13.ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 2003.

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